SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA 15 DIAS
ATIVIDADE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA DO BIMESTRE
Fronteiras: territórios da literatura e da
geopolítica “Precisamos de fronteiras para saber quem somos, mas, ao mesmo
tempo, precisamos do outro, essa entidade que nos devolve, em forma de espelho
e janela, uma identidade que vai além do documento-registro-geral-cadastro-de pessoa-física.
Assim como temos um corpo que nos define, assim como temos uma subjetividade
que nos faz ser lá onde pensamos e onde não pensamos que pensamos, nossos
limites são porosos ao mundo, carentes de outras subjetividades para a própria
constituição.
Mapa
mental
Você pode auxiliar os estudantes a formar o mapa
mental oferecendo algumas definições encontradas em dicionários:
1. Parte que corresponde ao limite extremo de uma
terra, área, região etc.; a parte limítrofe de um espaço que confina com outro;
2. por ext. Espaço contíguo a esse limite extremo;
3. Limite, marco ou linha divisória entre duas
regiões, dois estados, países etc.;
4. por ext. Marco ou limite extremo de alguma coisa,
principalmente de um espaço; termo, fim;
5. Fig. Ponto extremo, mais avançado ou mais
profundo, de algo de caráter abstrato;
6. Fig.
Estado, condição ou situação limite; raia, limiar;
7. Fís. Limite material que separa um sistema físico
e sua região externa; separação estabelecida entre um sistema e seu exterior
ATIVIDADE 2
Passo 1 - Preparo da atividade (≅ 5 min.) Elaboração de um brainstorming de elementos que estão além da fronteira da cognição humana (como fantasmas, animais, plantas, monstros etc.). Anote tudo na lousa. Passo 2 – Mudando a perspectiva (≅ 10 min.) Divida a sala em grupos pequenos e distribua para cada grupo uma folha sulfite ou semelhante. Cada grupo deve ficar responsável por selecionar um dos elementos do brainstorming escritos na lousa e responder, em um pequeno parágrafo, “O que me diferencia de um ser humano?”. O objetivo é exercitar a mudança de perspectiva dos estudantes de modo que atravessem fronteiras ao narrar o que seria pensar sendo um outro. Fechamento da atividade 2 (≅ 5 min.) Quando os grupos terminarem de escrever suas respostas, peça que representantes de cada grupo leiam suas considerações em voz alta.
Ou colar na lousa
Discuta as respostas com os
estudantes, perguntando se eles entendem como a literatura dá espaço para que
diferentes tipos de fronteiras sejam atravessados. Incentive que eles se
comuniquem sobre essa percepção, fazendo com que pensem sobre como pode ser
interessante explorar outras perspectivas através da leitura.
MEDIAÇÃO DA ESCOLHA DAS OBRAS
Livros:
Vidas secas, de Graciliano Ramos A leitura conjunta do capítulo IX ‒ Baleia ilustra perfeitamente a ideia abrangente que a categoria “Fronteiras” pode assumir na literatura, com um autor que assume a perspectiva de um cachorro para narrar.
Cartas ao meu vizinho palestino, de Yossi Klein
Halevi Trecho que começa na p. 27 (“Escrevo estas cartas como forma de retomar
minha jornada até você.”) até a metade da p. 28 (“E assim, para viver, devemos
aprender a viver juntos”). Esse excerto, além de resumir o que o autor pretende
com as cartas de seu livro, argumenta acerca da necessidade de respeito às
particularidades e aos traumas de cada povo para que possamos conviver de forma
pacífica com fronteiras físicas e políticas. PLANO Aulas 1 e 2 | 2ª série Tema
e práticas de leitura e escrita do bimestre Práticas em foco: [ ] Produção de
textos [X] Leitura
O fio das missangas, de Mia Couto O conto A infinita fiadeira atravessa, ao mesmo tempo, as fronteiras entre humanos e animais ao narrar do ponto de vista de aranhas e, entre a fantasia e a verossimilhança, ao delegar à aranha o ofício de fiar infinitamente sua teia.
Mayombe, de Pepetela Excerto iniciado com Eu, o narrador, sou Muatiânvua. Nele, o narrador relata como cresceu entre diversas fronteiras linguísticas, tribais, políticas e econômicas. Ao final de sua narração, ele fala sobre sua percepção de si mesmo transitando entre todas elas: “Eu, Muatiânvua, de nome de rei, eu que escolhi a minha rota no meio dos caminhos do Mundo, eu, ladrão, marinheiro, contrabandista, guerrilheiro, sempre à margem de tudo (mas não é a praia uma margem?), eu não preciso de me apoiar numa tribo para sentir a minha força.”
Formação de grupos em torno dos livros. Passo único (≅ 10 min.)
Peça para que alguns
estudantes se voluntariem para assumir provisoriamente o papel de
representantes dos livros. Esses estudantes deverão ter, cada um, dois minutos
para defender o livro que representam e, após a defesa, deverão reunir os colegas
que conseguiram convencer a compor o grupo com eles.
FECHAMENTO (≅ 3 min.) Como
fechamento, peça aos representantes de cada grupo ou a alguns novos voluntários
para organizarem um bilhete de saída coletivo, em que os grupos registrem uma
resposta à seguinte questão:
●Quais são as expectativas do grupo em relação às
aulas de leitura das obras? Relembre-os, por fim, de que a próxima aula será
dedicada à leitura. As respostas desse bilhete de saída, assim como as
perguntas registradas por você no decorrer da atividade 1, poderão ser insumos
para a aula 3.
Atividade
3
PROPOSTA 1 PARA A ATIVIDADE DE LEITURA: LEITURA
COLABORATIVA
Começo de conversa (≅ 2 min.) Antes de passar à primeira atividade, explique:
a) que o foco das aulas de leitura no Ensino Médio
será separar tempo para leitura e, eventualmente, para atividades relacionadas
ao que foi lido;
b) que você fará com os estudantes um exercício de
leitura colaborativa, que pressupõe a participação ativa de todos os estudantes
na hora de realizar leituras em voz alta e de responder perguntas sobre o que
foi lido.
Leitura
individual
Instrua os
estudantes a acessar a obra escolhida no acervo digital e a dar início à
leitura. Instrua-os para que usem apenas a ferramenta de “grifo” na plataforma
para grifar passagens que considerem relevantes por algum motivo – por soar
bonita ou poética; por representar algo de que não gostaram no livro; por
apresentar algum personagem importante; entre outras possibilidades. Você pode
anotar na lousa alguns marcos de tempo para orientá-los (por exemplo,
informando, a cada dez minutos, quanto tempo de leitura já passou). Esteja
atento para eventuais questionamentos dos estudantes em suas carteiras. Se
houver espaço, e isso não comprometer a concentração deles, você pode interagir
pontualmente com os estudantes, fazendo perguntas sobre a leitura.
Fechamento
da atividade 1
Para encerrar a aula, peça que os estudantes, na
área de seus cadernos ou fichários previamente separados, façam anotações
livres sobre o que julgaram mais importante na leitura – isso fomentará a
criação de autonomia entre eles. Se houver tempo, você pode pedir a alguns
deles para compartilharem as anotações com você e com a turma.
ATIVIDADE 1
LEITURA E ANÁLISE DA
PROPOSTA DE PRODUÇÃO TEXTUAL
Os estudantes vão produzir um projeto de texto conforme a situação comunicativa delimitada pela proposta de produção do mês.
PROPOSTA DE REDAÇÃO Proposta de produção de canção sobre “Distâncias”. Gênero estudado em: 2ª série, aula 3 de Língua portuguesa do 1º bimestre.
COLETÂNEA
Texto único
Encontros e Despedidas
Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai e vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai, quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar, é a vida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar, é a vida
Milton Nascimento. Disponível em:
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