quinta-feira, 24 de julho de 2025

Arquitetura hostil: entre a busca pela ordem e a segregação social



Texto I







Texto II

O espaço público é um local de destaque para aprimorar a arte do convívio. Sua configuração espacial e seus elementos físicos desempenham um papel importante nesse cenário, pois estão intimamente ligados à capacidade de uma cidade em demonstrar sua habilidade em acolher e receber de forma positiva. No entanto, em certas áreas, a presença de uma arquitetura hostil é evidente, criando barreiras entre diferentes classes sociais e, especialmente, afastando populações vulneráveis.

A arquitetura hostil é justificada por seus defensores como uma medida para evitar comportamentos indesejados, como o que é rotulado como “vadiagem”. Esse tipo de ambiente é cuidadosamente projetado para desencorajar o público a utilizar os espaços para atividades específicas. Em essência, busca-se controlar o comportamento humano por meio dessa abordagem arquitetônica.

Habitability. Arquitetura hostil: a antítese da arquitetura. 19 jul. 2023. Disponível em: https://habitability.com.br/arquitetura-hostil/. Acesso em: 03 abr. 2025.

Texto III

No documentário “Arquitetura da Exclusão” (2010), o diretor potiguar Daniel Lima aborda os muros, visíveis e invisíveis, nos centros urbanos – o filme foca no morro Santa Marta, primeira favela a ser cercada por muros construídos pelo estado do Rio de Janeiro.

[...]

“Arquitetura hostil” se refere a estratégias de design urbano que utilizam elementos para restringir certos comportamentos nos espaços públicos, dificultar o acesso e a presença de pessoas, especialmente pessoas em situação de rua. Segundo o historiador especializado em arquitetura Iain Borden, citado pelo repórter Ben Quinn, a emergência deste estilo de arquitetura hostil data da década de 1990, nas gestões de um desenho urbano que sugere, segundo suas palavras, “que só somos cidadãos se estamos trabalhando ou consumindo bens diretamente”. Isto é, não trabalhar e não consumir quer dizer não poder estar presente como cidadão de uma cidade.

Há diversos exemplos de construções e objetos que podem “afastar ou excluir pessoas ‘indesejáveis ’”: cercas elétricas, arames farpados, grades no perímetro de praças e gramados, bancos públicos com larguras inferiores ao recomendado pelas normas de ergonomia, bancos curvados ou ainda assumindo geometrias irregulares, lanças em muretas e guarda-corpos. À medida que a arquitetura hostil afasta pessoas deixando áreas desertas, retroalimenta-se a sensação de insegurança urbana.

SAYURI, J. O que é arquitetura hostil e quais suas implicações no Brasil.





ENUNCIADO




Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa e apresentando proposta(s) de solução(ões), sobre o tema:



Arquitetura hostil: entre a busca pela ordem e a segregação social



“Desafios para a preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro”



Texto I

Um incêndio de grandes proporções destruiu o acervo do Museu Nacional, na zona norte do Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 2018. Especializado em história natural e mais antigo centro de ciência do País, o Museu Nacional completou 200 anos em junho em meio a uma situação de abandono. Não houve feridos. O diretor de Preservação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, João Carlos Nara, afirmou que o incêndio causou um “dano irreparável” ao acervo e às pesquisas nacionais. De acordo com Nara, a equipe de administração do Museu Nacional aguardava o fim do período eleitoral para iniciar as obras de preservação da infraestrutura do prédio. “É tudo muito antigo. O sistema de água e o material, tudo tem muitos anos. Havia uma trinca nas laterais. Isso é uma ameaça constante”, disse o diretor. O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil e um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Serviu como Palácio da família real portuguesa entre 1808 a 1821. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938.


TEXTO II


@NovaEscola, 17 ago. 2015. Disponível em: https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=1015689548470777&id=110225312350543&_rdr. Acesso em: 02 abr. 2025.

Texto III

O Artigo 216 da Constituição Federal de 1988 conceitua patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.

Nessa definição promovida pela Constituição, estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Patrimônio cultural. Iphan, [s.d.]. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/218. Acesso em: 27 mar. 2025.

Texto IV

Preservar o patrimônio histórico é uma preocupação global de extrema importância para salvaguardar a história e a cultura de uma sociedade. O patrimônio histórico representa um registro vívido do passado de uma sociedade, capturando sua história, cultura e desenvolvimento ao longo do tempo. Entretanto, a preservação desses bens enfrenta complexidades em um mundo em constante mutação. Um dos principais desafios na conservação do patrimônio histórico é a pressão decorrente da urbanização e do desenvolvimento. À medida que as cidades expandem e evoluem, muitos edifícios históricos enfrentam o risco de demolição ou modificações significativas para atender às demandas modernas. A conservação do patrimônio histórico não deve ser vista apenas como responsabilidade de autoridades e especialistas. A comunidade desempenha um papel fundamental na proteção de seu próprio patrimônio cultural. Conscientização pública, educação e envolvimento ativo da comunidade são elementos-chave para garantir a conservação a longo prazo.

Conservação do Patrimônio Histórico: desafios e estratégias para um futuro sustentável. Ingá Arquitetura e Restauro, 20 out. 2023. Disponível em: https://www.inga.arq.br/conteudo/inga-escreve-blog/Conservacao-Patrimonio-Historico-desafios-estrategias-futuro-sustentavel. Acesso em: 27 mar. 2025. Adaptado.

Texto V

Para a preservação do patrimônio histórico, há o desafio de analisar a relevância de um bem material ou imaterial a ponto de ele ser tombado para preservação. Esse processo demanda uma reflexão sobre o aspecto da identidade cultural local ou nacional, segundo a professora Silvia Maria do Espírito Santo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e especialista em Museologia. “As identidades não são fixas, elas se adaptam a contextos culturais, políticos e principalmente econômicos, o que pode ameaçar a continuidade e a integridade dessas identidades.”

“O desprezo à nossa cultura e memória das coisas se caracteriza, antes de tudo, por uma pragmática da destruição. Essa forma de pensar é muito utilizada para caracterizar o adjetivo modernizar, envolve procedimentos que adotam a solução fácil”, afirma a especialista. Mas, para a professora, a preservação da identidade cultural de um povo pode ser alcançada através da conservação do patrimônio histórico que incorpora valores estéticos, éticos e artísticos de uma sociedade.

Segundo a professora, um dos principais desafios para a preservação dos bens culturais são as leis que protegem os patrimônios tombados. Silvia analisa a importância de uma legislação eficaz, que possa ser cumprida com o envolvimento da população e a vigilância das comunidades.

VALERI, J. O Brasil precisa de legislação atualizada para a proteção do seu patrimônio cultural. Jornal da USP, 26 jun. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/o-pais-precisa-de-legislacao-atualizada-para-a-protecao-do-seu-patrimonio-historico-e-cultural-do-pais-precisa-de-legislacao-atualizada/.

Acesso em: 27 mar. 2025. Adaptado.

ENUNCIADO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Arquitetura hostil: entre a busca pela ordem e a segregação social

Texto I Alma Preta. Terra, 29 dez. 2023. Disponível em: https://www.terra.com.br/nos/lei-que-proibe-estruturas-hostis-em-todo-o-pais-e-regul...