domingo, 13 de abril de 2025

CONFLITOS HISTÓRICOS, DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS - 3ª serie do E.M

2º BIMESTRE

Leia

Obras sugeridas
1. A mulher de pés descalços, Scholastique Mukasonga.


2. Cartas ao meu vizinho palestino, Yossi Klein Halevi.


3. A visão das plantas, Djaimilia Pereira de Almeida.


4. As meninas, Lygia Fagundes Telles.

REDAÇÃO PAULISTA

Propostas de redação P3.(abril) Texto dissertativo-argumentativo – Provão Paulista:

“O combate à fome no Brasil: entre a responsabilidade do Estado e a atuação da sociedade civil”.

P4. (maio) Texto dissertativo-argumentativo – Provão Paulista: “Processo de gentrificação urbana”.

REDAÇÃO - ABRIL

Texto I

13 de maio. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos… (…) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. (…) Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair… Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: – Viva a mamãe! A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha. (…) … Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou pedir comida. E eu não tinha. (…) Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

(Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10a ed. São Paulo: Ática, 2014, p. 30-32

Texto II


Uma pesquisa divulgada em 2022 afirma que 33 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave no Brasil. Os dados foram levantados pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional). De acordo com o levantamento, mais da metade da população brasileira (58,7% ou cerca de 125,2 milhões) vive com algum tipo de insegurança alimentar (IA). De acordo com a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, usada pela Rede Penssan, a insegurança alimentar ocorre quando a pessoa não tem acesso regular a alimentos e é dividida em 3 níveis:

• IA Leve – quando há preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos para não comprometer a quantidade;

• IA Moderada – quando há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação;

• IA Grave – quando há ruptura nos padrões de alimentação, resultante da falta de alimentos entre todos os moradores do domicílio, incluindo crianças. Nessa situação as pessoas passam a conviver com a fome.

(“33 milhões vivem insegurança alimentar grave no país, diz estudo”. www.poder360.com.br, 08.12.2022. Adaptado)

Texto III

A produção global atual de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades calóricas de cada um dos 7 bilhões de indivíduos da população mundial. Mas há uma séria deficiência no sistema de distribuição dos recursos necessários para se ter acesso à alimentação, fenômeno que acontece principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Essa deficiência está, acima de tudo, na construção da estrutura social que é extremamente desigual. Assim, as populações pobres têm recursos financeiros muito reduzidos, o que limita a compra de alimentos para consumo. A oferta de alimentos, tanto em quantidade quanto em variedade, é dirigida aos centros urbanos, que é onde há mais indivíduos com boas condições de poder aquisitivo. Contudo, é nessas localidades onde mais acontece o desperdício desses produtos. De fato, esse é um fator que agrava o cenário da insegurança alimentar. Em 2016, das 4 bilhões de toneladas métricas de comida produzida no mundo, um terço foi desperdiçado (1,3 bilhões de toneladas métricas). Existem dois principais padrões de desperdício determinados de acordo com a situação econômica dos países. Nos desenvolvidos, o processo normalmente está relacionado à sociedade civil, pois acontece nas mãos do consumidor final, quando a comida já está pronta, mas ela não é totalmente consumida, gerando os “restos” que são jogados fora. Já nos países em desenvolvimento, o desperdício ocorre em diferentes etapas antes. O alimento também é perdido durante a produção, quando a colheita não é utilizada ou é perdida por conta das condições precárias de armazenagem ou pelos agricultores não possuírem meios suficientes para transportar sua produção até os pontos de distribuição para venda.

(Erika Rizzo. “Fome no mundo: causas e consequências”. www.politize.com.br, 06.09.2017. Adaptado)

Texto IV

Embora seja relevante para combater a fome no Brasil, o assistencialismo imediato não substitui as políticas públicas a longo prazo, uma vez que a insegurança alimentar é um problema estrutural e não momentâneo. Além disso, as iniciativas particulares voltadas para ajudar os que passam fome podem tirar do Estado a responsabilidade de garantir a todos o direito à alimentação adequada. De acordo com a economista Tereza Campello, a insegurança alimentar precisa ser combatida, por exemplo, com o fortalecimento do salário mínimo, a geração de empregos formais, a execução de projetos de transferência de renda e a oferta de merenda escolar. A professora Maria Elisa Garavello, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, por sua vez, apontou os grupos de pessoas mais atingidas por esse problema – mães de família, pretos e pardos e a população rural. “O meio rural tem acesso à terra e ao mesmo tempo sofre de insegurança alimentar grave”, descreveu o que classificou como “um paradoxo”. Segundo a professora Thais Mauad, da Faculdade de Medicina da USP, não há como mapear ou quantificar a agricultura urbana, já que são várias as tipologias, desde o quintal de uma casa até uma horta comunitária, mas há inúmeros benefícios dessa prática, entre eles, a maior eficiência no suprimento de alimento, tanto na quantidade como na qualidade. A professora destaca que a agricultura urbana vem sendo utilizada por muitas pessoas para compor a renda e a própria alimentação.

(Moisés Dourado. “A fome não espera: são necessárias políticas públicas, além do assistencialismo”. https://jornal.usp.br, 12.05.2021. Adaptado)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa e apresentando proposta(s) de solução(ões), sobre o tema:


O combate à fome no Brasil: entre a responsabilidade do Estado e da sociedade civil


Como escrever um texto dissertativo-argumentativo modelo Vunesp? Para escrever um texto dissertativo-argumentativo, você pode estruturá-lo da seguinte maneira: 


1)Introdução: 


Contextualização do tema e exposição da tese (do ponto de vista sobre o tema). * Atenção: no caso da proposta de redação deste material, seu ponto de vista pode refletir um posicionamento com relação a um dos lados do tema. Ou seja, você pode deixar claro se o combate à fome é responsabilidade do Estado OU da sociedade civil e os porquês disso. Cada uma das razões apresentadas por você constituirá um argumento a ser desenvolvido. Dica adicional: na introdução, sempre empregue todas as palavras-chave do tema. No caso desta proposta: “combate”, “fome”, “Brasil”, “responsabilidade”, “Estado” e “sociedade civil”.


2) Desenvolvimento:


 Os argumentos que defendem seu ponto de vista sobre o tema são desenvolvidos com base em explicações, fatos, dados, relatos históricos, figuras de autoridade entre outras possibilidades. 


3) Conclusão: Elaboração de proposta de intervenção para solucionar a questão debatida no texto. A proposta deve apresentar os seguintes elementos: agente, ação, modo, efeito e detalhamento. Além disso, é fundamental que ela seja coerente com os argumentos apresentados no desenvolvimento do texto.


ESCREVIVÊNCIAS- 2ª SERIE DO E.M


2º BIMESTRE

Propostas de redação - ABRIL


Conto “Uma vida de força”


a) o tema do bimestre é escrevivências;
b) o tema permeará as discussões sobre a obra lida por cada um ao longo do bimestre;
c) haverá duas produções de texto, ambas com recortes temáticos que dialogam com a unidade temática;
 d) cada estudante deverá ler um livro por bimestre

O tema deste bimestre, escrevivências, foi selecionado devido à importância de que os estudantes em etapas mais maduras da vida escolar, como o Ensino Médio, reflitam sobre a relevância de contar suas próprias histórias e de ler histórias de vida de outras pessoas, em especial aquelas que se relacionam a questões históricas que impactam toda a sociedade.

O termo “escrevivência” foi criado pela escritora brasileira Conceição Evaristo ‒ autora de duas das obras sugeridas para leitura neste bimestre ‒ a partir da junção das palavras “escrita” e “vivência”, para se referir à escrita que, a partir de histórias pessoais, carrega experiências coletivas.,

Texto único

“Tio Totó não se conformava com o acontecido. Deus do céu, seria aquilo vida? Por que a gente não podia nascer, crescer, multiplicar­-se e morrer numa mesma terra, num mesmo lugar? Se a gente sai por aí, por este mundo de déu em déu e não volta, o que vale o respeito, a fé toda quando se está distante, no que para trás ficou? Para que a crença na volta ao lugar onde se enterra o umbigo? Verdade fosse!.
Tio Totó andava inconsolável: já velho, mudar de novo, num momento em que seu corpo pedia terra. Ele não sairia da favela. Ali seria sua última morada. Ele olhava o mundo com o olhar de despedida. Olhava sua terceira mulher, seus netos órfãos, sua casinha caiada de branco, algumas galinhas e o chiqueiro vazio.
– Perdi as forças, Maria­-Velha. Trabalhei demais. Eu quero agarrar nas coisas, pegar o machado, rachar essa lenha... Assento e penso: pra quê? Fiz isso a vida inteira... Labutei, casei três vezes, viuvei duas, a terceira mulher é você. Tive filhos das duas primeiras. Os filhos também se foram. Partidas tristes, antes do tempo cumprido, antes da hora. Eu, vivido, já velho, estou aqui[…]”

EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2017, p. 10.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/1667-conceicao-evaristo


Redação do mês de abril

Enunciado:

Imagine que você é alguém que conviveu com tio Totó e que sabe por que motivos ele se recusava a sair de seu barraco: porque conseguiu construí-lo apenas com muito esforço. Com isso em mente, você decide escrever um conto que narre a trajetória de vida levada por tio Totó até conseguir construir seu barraco. O conto será apresentado em um sarau em sua comunidade para que todos entendam a importância daquele lugar para ele.


Em seu conto, você deverá:

a) Apresentar sua relação com tio Totó (como sobrinho(a), filho(a), irmã(o) ou vizinho(a));

b) Narrar a história de vida de tio Totó, mostrando que obstáculo ele superou para conseguir construir seu barraco;

c) Encerrar o conto mostrando o destino de tio Totó com a saída da favela.


Lembre-se, ainda, de:

a) Narrar o conto em primeira pessoa.

b) Dar ao conto um título que desperte curiosidade no leitor;

c) Organizar seu conto a partir da estrutura típica de uma narrativa: situação inicial, conflito, clímax e desfecho

d) Seguir a norma-padrão da língua portuguesa (isto é, fazer correções gramaticais e pontuar as frases corretamente), mas com liberdade para utilizar a linguagem de formas criativas (por exemplo, utilizando gírias, adjetivos e advérbios que ajudem a definir o espaço e os personagens do conto).



Obras sugeridas

1. Canção para ninar menino grande, Conceição Evaristo

2. Eu destilo melanina e mel, Upile Chisala

3. Olhos d’água, Conceição Evaristo

4. A mulher de pés descalços, Scholastique Mukasonga




quarta-feira, 5 de março de 2025

PLATAFORMA LEIA E REDAÇÃO PAULISTA




3ªSÉRIE DO E.M

O principal objetivo da aula é possibilitar que os estudantes compreendam as práticas de leitura e produção textual do mês, relacionando leitura e escrita à sua própria visão de mundo e à obra escolhida para ser lida no bimestre.


Sapiens, uma breve história da humanidade, de Yuval Noah Harari

a) O livro Sapiens aborda diferentes tipos de tecnologia mobilizados pelos seres humanos desde a Idade da Pedra, para evoluir até chegar à forma como vivemos atualmente. Por quais dessas tecnologias você mais se interessa?

b) Que tipos de conflitos você observou, em sua leitura, advindos das tecnologias descritas por Harari? O que você acha da forma como eles são apresentados?

c) Sapiens é um livro de não ficção, ou seja, ele é baseado em fatos, eventos e pessoas reais, e não busca imaginar histórias que não aconteceram de fato. Como esse gênero impacta seu ritmo de leitura? Que relação você conseguiu estabelecer com ele até aqui?

d) No livro, Harari aborda diferentes dilemas éticos relacionados a tecnologias. O que você acha deles? Perante eles, qual é o papel da tecnologia nos dias de hoje, em sua visão?



O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson

a) Em 2018, foi anunciada uma adaptação de O médico e o monstro para uma série de TV, a qual imaginará como seriam as filhas de dr. Jekyll e de sr. Hyde.1 Você se interessa mais pela leitura do livro original, sabendo que uma espécie de continuação dele será lançada na TV?

b) O médico e o monstro discute dilemas éticos relacionados aos avanços tecnológicos e aos experimentos científicos. Que posicionamentos propostos pelo livro você acha que seriam importantes para que a série mantivesse o mesmo tom crítico?

c) O livro foi publicado há quase 150 anos, em 1886. Com base em sua leitura, por que você acha que ele continua relevante?

d) Que aspectos de sua realidade se relacionam às questões expostas ou criticadas pelo livro?




Frankenstein, de Mary Shelley

a) O livro Frankenstein leva o subtítulo de O Prometeu moderno, fazendo referência ao mito grego de Prometeu, um titã que roubou o fogo dos deuses – símbolo do esclarecimento – para dá-lo aos humanos, e disso decorreram consequências terríveis tanto para Prometeu quanto para os humanos. Que relação você consegue estabelecer entre o mito e o livro?

b) Por que você diria que Frankenstein continua relevante mais de 200 anos após sua primeira publicação? Que paralelos você consegue estabelecer entre a história e os dias de hoje?

c) A autora do livro, Mary Shelley, procura deixar claro que nem todo avanço científico é benéfico para a humanidade. Como isso aparece no livro? Você concorda com esse posicionamento?

d) Frankenstein é considerado um dos livros que inauguraram a ficção científica, um gênero que explora os impactos da ciência e da forma como ela é manuseada na sociedade, frequentemente com base na concepção de como seriam novos avanços tecnológicos. Como você percebe isso no livro? Que discussões científicas ele traz?




O alienista, de Machado de Assis

a) O título do conto O alienista faz referência a como se chamavam, até o começo do século XX, os profissionais dedicados a estudar e a ajudar pacientes que sofriam de “alienação mental” – profissão hoje ocupada por psicólogos e psiquiatras. No conto, o alienista determina que pessoas devem ou não ser tratadas por ele, evidenciando o papel da ciência na delimitação de normas e de controle sociais. Você percebe isso em seu cotidiano de alguma forma? O que você pensa sobre isso?

b) Você sente que o formato conto te auxiliou na leitura de alguma maneira? E a linguagem do conto?

c) No conto, Machado de Assis problematiza os limites éticos da ciência. Como isso é feito? E como isso pode se estender até a atualidade?

d) Você percebe alguma semelhança entre o poder exercido pelo alienista e o impacto das tecnologias modernas sobre a sociedade? O que o conto revela sobre poder e ciência?




Começo de conversa


a) neste mês, haverá a produção de uma Dissertação Enem sobre “Desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira”.


Objetivos da aula- Os estudantes deverão debater questões relevantes da vida escolar, juvenil, social, política, econômica ou científica, que servirão de base para a produção textual do mês por meio de discussões e atividades, e deverão produzir um projeto de texto conforme a situação comunicativa delimitada pela proposta de produção do mês.

A proposta de trabalho com projeto de texto Enem Professor, para a aula de projeto de texto Enem, recomenda-se a leitura das páginas 21 a 23 da cartilha elaborada pelo Inep em 2024, com orientações aos estudantes sobre como se preparar para a prova de redação, cuja referência segue mais adiante. Aqui, serão reproduzidas as principais mensagens da cartilha acerca do projeto de texto e a elas serão acrescentadas algumas sugestões.


Veja como o Inep explica ao estudante de que se trata a Competência III (Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista): A Competência III trata da inteligibilidade do seu texto, ou seja, de sua coerência e da plausibilidade entre as ideias apresentadas, o que está alicerçado no planejamento prévio à escrita, isto é, na elaboração de um projeto de texto. A inteligibilidade da sua redação depende, p portanto, dos seguintes fatores:


• seleção de argumentos;

• relação de sentido entre as partes do texto;

• progressão adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e que as ideias desenvolvidas são, pouco a pouco, apresentadas de forma organizada;

• desenvolvimento dos argumentos, com a explicitação da relevância das ideias apresentadas para a defesa do ponto de vista definido. E, em seguida, o que é, no texto Enem, o projeto de texto:



O QUE É PROJETO DE TEXTO?


Projeto de texto é o planejamento prévio à escrita da redação. É o esquema que se deixa perceber pela organização estratégica dos argumentos presentes no texto. Nesse projeto, são definidos os argumentos que serão mobilizados para a defesa do ponto de vista e qual a melhor ordem para apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja articulado, claro e coerente. Assim, o texto que atende às expectativas referentes à Competência III é aquele no qual é possível perceber a presença implícita de um projeto de texto, ou seja, aquele em que é claramente identificável a estratégia escolhida para defender o ponto de vista.



Sugestão adicional relação com a proposta de intervenção. (material impresso pela coordenação).


Tendo em vista as orientações do Inep, vale a pena, na aula de projeto de texto Enem, orientar os estudantes a planejarem seus projetos prevendo a “organização estratégica dos argumentos”, sem que se esqueçam de que os argumentos devem dialogar com a proposta de intervenção (a proposta resolve as questões discutidas ao longo do desenvolvimento).

A ação é o que se apresenta como solução para o problema. Ela deve ter claro caráter interventivo. São exemplos: o investimento em certa área, a reorganização de verbas, a arrecadação orçamentária, a formulação de uma lei etc. Ação: o que é possível apresentar como solução para o problema? O agente é quem realiza a ação, isto é, um órgão ou entidade capaz de executá-la. São exemplos: o Governo, um Ministério específico, a prefeitura de uma cidade, o presidente etc. Para pensá-lo, pergunte: Agente: quem deve executar a ação? O modo/meio representa como ou de que forma a ação deverá ser executada. Uma boa maneira de introduzi-lo é utilizando expressões como “por meio de/de maneira”. São exemplos: investimentos, órgãos específicos etc. Modo/meio: como viabilizar a ação? O efeito é a finalidade da ação, ou seja, o que se espera alcançar ou solucionar com ela. Efeito: para quê? O detalhamento acrescenta informações a algum elemento da proposta, de modo a torná-la mais completa. Ele pode ser uma exemplificação, especificação ou justificativa da ação, do modo/meio ou do agente. Nesses casos, detalhamentos entre travessões ou vírgulas são mais facilmente identificados. A exceção é o efeito – seu único detalhamento possível é uma consequência, isto é, um efeito do efeito. Detalhamento: que outra informação pode ser acrescentada a um dos elementos-chave (agente, ação, modo/meio, finalidade) para detalhar a proposta? Por exemplo, uma explicação ou exemplificação.

Sobre a estrutura da proposta de intervenção Uma organização possível para a proposta, e que torna cada um de seus elementos bastante evidente, é a seguinte: Agente -> ação -> modo/meio -> efeito + detalhamento de um dos elementos anteriores isolado por vírgulas ou travessões. Exemplo (com detalhamento da ação) O Governo (agente) deve impor sanções a empresas (ação), em especial as virtuais, que criam perfis de usuários para influenciar suas condutas (detalhamento da ação), por via da instauração de Secretarias planejadas para a atuação no ambiente digital (meio), uma vez que tais plataformas padecem de fiscalizações efetivas, com o fito de minorar o controle de comportamentos por particulares (efeito).* *Adaptado da redação de David Klinsman, sobre “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, disponível em anexo neste material. O produto do projeto de texto Professor, para seu conhecimento, é interessante ter em mente a qual produto espera-se que os alunos cheguem montando um projeto de texto. Veja o quadro a seguir.

Tese 
Os desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira são causados pela ausência de conhecimento sobre o tema (A1), o que leva, consequentemente, a uma dificuldade de se lidar de forma crítica com novas tecnologias (A2). Sugere-se que a organização do texto siga a seguinte estrutura:


 § 1 – Introdução Contextualização do tema + relação entre o tema e a tese + tese composta pela frase temática e os dois argumentos que serão defendidos no texto.

§2 – Argumento 1 
Frase que resume a ideia central do § + explicação do argumento (comprovação; explicação detalhada; apresentação de dados; mobilização de repertório) + fechamento (relação entre argumento e tema). 

§3 – Argumento 2 
Frase que resume a ideia central do § + explicação do argumento (comprovação; explicação detalhada; apresentação de dados; mobilização de repertório) + fechamento (relação entre argumento e tema)


§4 –Conclusão Apresentação de proposta de intervenção que resolva as causas/consequências discutidas no texto



SUGESTÕES PARA CONDUÇÃO DA AULA 10 

Começo de conversa (≅ 2 min.) Antes de passar à primeira atividade, explique aos estudantes que a aula será voltada para o planejamento do texto, isto é, ao projeto de texto que norteará o desenvolvimento de sua produção escrita. Para delimitar o foco da aula, você pode explicar os seguintes pontos, destacando na lousa o que julgar necessário: 

a) a produção textual do mês será um texto dissertativo-argumentativo modelo Enem;

b) a proposta será lida em conjunto para dar início às atividades da aula;

c) o projeto de texto é a etapa preliminar da produção textual; haverá tempo, nas próximas aulas, para as etapas seguintes, como a produção de um rascunho e a digitação da redação na plataforma.


ATIVIDADE 1

Leitura e análise da proposta de produção textual Passo 1 (≅ 3 min.) Inicie a atividade lendo a frase temática da proposta de produção. Faça perguntas aos estudantes para despertar seu interesse, questionando se identificam o que deverá ser discutido, se têm familiaridade com o tema e se ele aparece no cotidiano da turma de alguma maneira. Passo 2 (≅ 15 min.) Leia e discuta coletivamente com os estudantes a proposta de produção textual e peça à turma para ir anotando os principais aspectos discutidos. As perguntas a seguir podem nortear a discussão e as respostas a elas, e, sendo anotadas pelos alunos, contribuirão para agilizar a elaboração do projeto de texto.

a) Qual é o tema? (Desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira.) 

b) Qual é o problema em discussão? (A falta de uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira.) 

c) Por que o problema existe? (causas) O que ele causa? (consequências) 

d) De que maneira cada um dos textos motivadores contribui para a discussão do problema? 

e) Quais dados, fatos, informações presentes nos textos motivadores podem compor os projetos de texto dos estudantes?




Passo 3 (≅ 20 min.) Reserve 20 a 25 minutos para que os estudantes elaborem o projeto de texto. O quadro exposto na seção pré-aula 10 com exemplo de produto do projeto de texto pode ser reproduzido na lousa para que os estudantes sigam o modelo.

Fechamento da atividade e encerramento da aula (≅ 5 min.) Deixe os minutos finais da aula para a elucidação de eventuais dúvidas dos alunos sobre o planejamento do texto. Retome com eles se os conceitos de proposta de intervenção, tese e argumentos foram bem compreendidos – deixe claro que eles nortearão o desenvolvimento do texto nas próximas aulas.










ROTEIRO - LEIA

 2ªSÉRIE - E.M

ATIVIDADE 1

Reflexão:

Vidas secas, de Graciliano Ramos

a) O título de Vidas secas faz referência direta à aridez do sertão brasileiro; contudo, a secura pode se relacionar também a outros aspectos do livro. Que aspectos poderiam ser esses? Você os observa na realidade brasileira hoje de alguma forma?

b) Em alguns anos, o livro completará noventa anos desde sua primeira publicação. De que forma você diria que ele continua relevante hoje, quase um século depois?

c) O formato do livro, dividido em capítulos curtos narrados do ponto de vista de diferentes personagens, contribuiu de alguma forma para sua apreciação (ou não) da leitura?

d) O livro já recebeu diversas adaptações para TV, cinema, teatro e cordel. Que capítulo ou momento específico do livro você diria que deve aparecer em uma adaptação para que ela transmita a essência da história?

a) Além da aridez do sertão, a "secura" no livro pode estar relacionada à falta de perspectivas da família de Fabiano, à dureza das relações humanas e à dificuldade de comunicação entre os personagens, que falam pouco e têm dificuldades de expressar seus sentimentos. Essa "secura" também pode ser vista na realidade brasileira hoje, em situações como a desigualdade social, a falta de acesso a direitos básicos e a persistência de condições de miséria em várias regiões do país.

b) O livro continua relevante porque aborda temas universais como a pobreza, a luta por dignidade e a desigualdade social. Apesar de quase um século desde sua publicação, o Brasil ainda enfrenta problemas semelhantes aos vividos por Fabiano e sua família, como a seca no Nordeste, a exploração dos trabalhadores e a dificuldade de ascensão social.

c) O formato do livro, com capítulos curtos e focados em diferentes personagens, permite que o leitor entre na perspectiva de cada um deles, enriquecendo a experiência de leitura. Para alguns leitores, isso torna a narrativa mais interessante e dinâmica; para outros, pode parecer fragmentado e mais difícil de acompanhar.

d) Um momento essencial para qualquer adaptação é a cena em que Baleia, a cadela da família, morre. Esse episódio concentra grande parte da carga emocional do livro e simboliza o sofrimento e a resistência dos personagens. Outra cena importante é a caminhada da família em busca de uma vida melhor, pois representa a constante luta dos retirantes contra a seca e a opressão.

Reflexão

O fio das missangas, de Mia Couto

a) O fio das missangas é escrito por um autor moçambicano, por isso o português usado pelo autor tem variações e diferenças se relacionado ao português usado no Brasil. Você notou essas questões em algum momento?

Como isso afetou sua leitura?

b) Que tipo de fronteiras são atravessadas no livro?

Você as percebe em seu cotidiano de alguma forma?

c) Em uma das principais passagens do livro, lemos: “Eu [o narrador] dou o fio e as mulheres a missanga. E são tantas as missangas”. Que missangas do livro mais te marcaram em sua leitura até agora?

d) Como tem sido sua relação com o ritmo de leitura do livro, considerando que ele reúne vários contos de curta extensão? Isso pode facilitar a leitura de alguma forma?

a) Sim, o português usado por Mia Couto tem particularidades do Moçambique, com expressões, construções sintáticas e vocabulário diferentes do português do Brasil. Além disso, ele tem um estilo poético, cheio de metáforas e neologismos. Isso pode tornar a leitura um pouco desafiadora no início, mas também a torna mais rica, trazendo novas formas de enxergar a língua.

b) O livro atravessa várias fronteiras: culturais, linguísticas, emocionais e sociais. Ele mostra personagens que lidam com desigualdades, expectativas sociais e dores pessoais. No cotidiano, podemos perceber essas fronteiras em preconceitos, diferenças de oportunidades e nas barreiras invisíveis que separam as pessoas por classe, gênero ou cultura.

c) Cada conto é como uma "missanga" no fio narrativo do livro. Algumas histórias que costumam marcar os leitores são aquelas que falam sobre relações humanas, silenciamentos e perdas. Um exemplo é o conto que dá nome ao livro, que fala sobre a passagem do tempo e a efemeridade das relações.

d) O formato de contos curtos pode facilitar a leitura, pois permite que ela seja feita aos poucos, sem necessidade de acompanhar uma única narrativa longa. Além disso, cada conto tem sua própria intensidade, permitindo pausas para reflexão antes de seguir para o próximo.

Os estudantes  tentarão estabelecer relações entre a leitura bimestral e o recorte temático da produção textual do mês, isto é, uma reportagem de divulgação científica sobre invisibilidade pública.

● Como isso se relaciona ao que você está lendo?

 

OBS: 2°A Vidas Secas

         2°B O fio das Missangas

         2° C  Vidas Secas 

Redação do mês de março - REPORTAGEM

2ªSérie do E.M


Professor, para a análise da situação de comunicação prevista no enunciado orientador da proposta, você pode mediar a identificação, pelos estudantes, dos seguintes elementos:

a. o objetivo/a finalidade da escrita (para quê?); para divulgar uma pesquisa sobre invisibilidade pública, fomentando o debate sobre o tema

b. o destinatário (para quem?); para os leitores do jornal

c. o suporte em que o texto será difundido (será afixado em um mural, será publicado no jornal da escola, será lido em voz alta em uma roda de leitura etc.) (onde?); será publicado no jornal da escola

d. modalidade escrita formal, adequada ao gênero, ao público-alvo e à norma-padrão da língua portuguesa.


COLETÂNEA

Texto único

Estudo: “Garis: um estudo de psicologia sobre invisibilidade pública”

Pesquisador: psicólogo social Fernando Braga da Costa

Objetivo: compreender e analisar a condição de trabalho dos garis e a maneira como são inseridos na cena pública.

Condução do estudo: o psicólogo social, à época estudante da Universidade de São Paulo (USP), vestiu uniforme e trabalhou como gari durante seis anos, varrendo ruas da USP.

Resultados: o psicólogo constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são “seres invisíveis”, “sem nome”. [...] conseguiu comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’: ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, segundo a qual enxerga-se somente a função social e não a pessoa.

Depoimento do pesquisador: Braga diz ter descoberto “que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”. [...] “Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão”.

Trechos adaptados das seguintes fontes:

DELPHINO, Plínio. “Fingi ser gari e vivi como um ser invisível”. IP Comunica, 07 dez. 2008. Disponível em: https://www.ip.usp.br/site/noticia/o-homem-torna-se-tudo-ou-nada-conforme-a-educacao-que-recebe-orquidario-cuiaba/. Acesso em: 28 jan. 2025.

Repositório USP. Garis: um estudo de psicologia sobre invisibilidade pública (2002). Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/001298332. Acesso em: 28 de jan. 2025.



ENUNCIADO

Imagine que você, interessado(a) em divulgação científica, deparou-se recentemente com o estudo conduzido pelo psicólogo social Fernando Braga da Costa, que trabalhou como gari durante seis anos para estudar a condição de trabalho e a forma como esse profissional está inserido na sociedade. Por compreender a relevância do tema para o debate público, você decidiu difundi-lo em sua comunidade escolar.

Escreva, então, uma reportagem de divulgação científica sobre invisibilidade pública para o jornal da escola. Para escrever sua reportagem, adequada à modalidade formal da língua portuguesa, siga os passos abaixo:

a) Fale sobre o psicólogo e sua pesquisa, detalhando qual foi o objetivo dela;

b) Descreva como a pesquisa foi conduzida;

c) Explique os resultados obtidos;

d) Apresente o depoimento do pesquisador sobre o estudo;

e) Conclua declarando qual é a importância do estudo para a sociedade.


Lembre-se, ainda, de:

f) Elaborar um título que resuma as principais ideias da reportagem;

g) Explicar os conceitos da pesquisa de forma acessível: você pode, por exemplo, fazer analogias para exemplificá-los.

FOCO NO GÊNERO O que é uma reportagem de divulgação científica? A divulgação científica democratiza o conhecimento científico ao torná-lo acessível ao público em geral. Assim, seus objetivos incluem informar, de forma compreensível, sobre avanços tecnológicos e estudos científicos de diversas áreas; promover a alfabetização científica para engajar o público na discussão de temas complexos e de interesse público; combater a desinformação e valorizar a ciência na sociedade. As reportagens de divulgação científica circulam, principalmente, em jornais e revistas impressas e digitais. Elas devem ter uma linguagem acessível ao público leigo, facilitando a compreensão do tema abordado. Como escrever uma reportagem de divulgação científica? Para escrever uma reportagem de divulgação científica, você pode estruturar seu texto da seguinte maneira: 
1. Introdução: Apresente o estudo sobre o qual você vai falar, detalhando seu objeto, seu objetivo e os pesquisadores envolvidos.
2. Desenvolvimento: Desenvolva a descrição do que está sendo divulgado. Este é o momento, também, de discorrer sobre outros detalhes, como as motivações para que a pesquisa em questão fosse realizada e a percepção das pessoas envolvidas em seu desenvolvimento. 
3. Conclusão: Finalize com uma declaração acerca da relevância da pesquisa para a produção de conhecimento científico e/ou para a população de forma geral. 


FOCO NO MODELO 
Cientistas analisam ancestralidade genética da população paulistana População é heterogênea – composta de diferentes grupos étnicos – e também miscigenada, com diferentes grupos se expressando em cada pessoa individualmente Um estudo do Instituto de Biociências (IB) utilizou uma calculadora científica para investigar a ancestralidade média da população de São Paulo. A publicação apontou uma ancestralidade global média 77,5% europeia, 10,4% africana, 7,4% nativa americano, 4,1% leste asiática, 0,5% sul asiática e 0,1% oceânica. Já a análise por grupos populacionais apontou predominância basca/ibéria (entre 33,9% e 37,9%), albânia/itália/sardenha (entre 22,3% e 26,7%) e do oeste europeu (entre 6,2% e 7,2%). Apesar de a análise ser focada na ancestralidade coletiva, o estudo também fez investigações individuais. Nestes casos, havia presença de múltipla ancestralidade, o que indica um perfil miscigenado da população. As miscigenações mais comuns na amostra são entre europeus, africanos, ameríndios e leste-asiáticos. Em entrevista ao Jornal da USP, o pesquisador Raphael Amemiya afirmou: “a população paulistana não é apenas heterogênea [composta por diferentes grupos étnicos, que podem ou não ser isolados um do outro], mas também miscigenada, ou seja, diferentes grupos populacionais podem se expressar no gene de uma só pessoa”. Os Estados Unidos e a Índia são exemplos de países heterogêneos, mas menos miscigenados.

[...] Relevância da análise Os testes genéticos de ancestralidade, além de serem úteis para a pessoa conhecer mais sobre si mesma, também são úteis na área da saúde. Estudos apontam que certos fatores genéticos associados a doenças apresentam frequências variadas em diferentes grupos populacionais. Variantes associadas a diabetes tipo 2, hipertensão, insuficiência renal e câncer de próstata são exemplos. O artigo também chama atenção para o fato de que grande parte dos estudos genéticos são feitos em populações europeias e, por isso, a patogenicidade (capacidade de um agente biológico causar doença) de algumas variantes não é totalmente compreendida em pessoas de fora do continente. O reconhecimento da ancestralidade paulistana direciona os cientistas para a produção de novos estudos e interpretações. 

CORTE, Beatriz La. Jornal da USP, 30 jan. 2025. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/cientistas-analisam-ancestralidade-genetica-da-populacaopaulistana/. Acesso em: 30 jan. 2025. Adaptado

Redação do mês de março - 3ª série



Redação Paulista

TEXTO I




Foi sancionada a Lei 14.533, de 2023, que cria a Política Nacional de Educação Digital (Pned), com medidas de estruturação e incentivo ao ensino de computação, programação e robótica nas escolas. A lei teve origem no PL 4.513/2020, aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro com várias contribuições introduzidas pelo Senado.

[...]

A Política Nacional de Educação Digital será regulamentada pelo Poder Executivo federal e deverá estar prevista no plano nacional plurianual e nas leis orçamentárias. A proposta se estrutura em eixos voltados para: a inclusão digital da população brasileira; a educação digital nas escolas; ações de capacitação do mercado de trabalho; e incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D).

SENADO NOTÍCIAS. Política Nacional de Educação Digital é sancionada com vetos, 12 jan. 2023. Disponível em:

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/01/12/politica-nacional-de-educacao-digital-e-sancionada-com-vetos. Acesso em: 13 jan. 2025.






TEXTO II




No Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, os alunos do ensino médio receberam a tarefa de produzir uma redação, nos moldes do Enem, 100% por meio da IA. Os estudantes não poderiam escrever nenhuma palavra autoral. Em seguida, o docente corrigiu as produções em sala de aula, e o resultado foi que a maioria dos alunos obteve nota mediana, pois os textos apresentavam inconsistência de informação e faltava fluidez.




Apenas uma aluna se destacou. “Ela sabia o que queria e orientou bem a IA, e este é o cerne do que a gente acredita. Quando a ferramenta é usada para ajudar o aluno a aprofundar um conhecimento, o resultado é incrível, mas quando se usa para terceirizar um conhecimento, é péssimo. Um bom resultado depende de um bom comando”, afirma o professor Lucas Chao.




Para o professor, é fundamental que esses sistemas sejam incorporados ao ambiente escolar, até para preparar os alunos para as oportunidades do mundo do trabalho. Mas é necessário lembrar que o vestibular, por exemplo, funciona como uma prova clássica. “Hoje trabalhamos com um consenso de que essas ferramentas são importantes e vieram para ficar. Se existe um futuro melhor, é por meio da conscientização, de um uso crítico. Trazemos essas tecnologias para a sala de aula, mas temos os momentos de avaliação tradicional com papel e caneta. São os dois mundos.”




[...]




Verônica Cannatá defende que as discussões em torno do uso da IA se tornem políticas públicas e não fiquem restritas ao universo das redes particulares de ensino. “Ignorar a IA é deixar seu aluno em uma área de analfabetismo tecnológico. [...]”.







FAJARDO, Vanessa. Estadão. 28/08/2024. Essa escola pediu aos alunos uma redação do Enem 100% feita pelo ChatGPT: qual foi o resultado?. Disponível em: https://www.estadao.com.br/educacao/escola-inteligencia-artificial-chatgpt-redacao-enem/?srsltid=AfmBOooeFTYWo9kV7NE5rC56x6JiULr1QWeY1phi-AjV1QEkKUdIZyL1. Acesso em: Acesso em: 13 jan. 2025. Adaptado.













TEXTO III

A síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial



O termo deriva do romance Frankenstein, escrito por Mary Shelley em 1818, que narra a história de um cientista que cria vida artificial, e passa posteriormente a ser assombrado e destruído por sua própria criação. Embora Shelley não tenha usado explicitamente o termo “síndrome de Frankenstein”, a obra tornou-se uma metáfora poderosa para os perigos percebidos do avanço tecnológico sem controle ético ou moral. O conceito ganhou força no século XX, especialmente no contexto do desenvolvimento de novas tecnologias, como a energia nuclear, a biotecnologia, e, mais recentemente, a inteligência artificial (IA). Durante a Guerra Fria, por exemplo, o medo em torno das armas nucleares ecoava esse mesmo temor: o medo de uma tecnologia que pudesse causar destruição em massa, algo fora do controle de uma única pessoa ou nação.




CAPPRA, R. Síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial. MIT Technology Review, 13 out. 2024. Disponível em: https://mittechreview.com.br/sindrome-frankenstein-ia/. Acesso em: 13 jan. 2025















ENUNCIADO


A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.













quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

ESCOLHA DO LIVRO

VOTAÇÃO

2º A - VIDAS SECAS

2º B - O FIO DAS MISSANGAS

2º C - VIDAS SECAS

3ºA- O MÉDICO E O MONSTRO



CONFLITOS HISTÓRICOS, DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS - 3ª serie do E.M

2º BIMESTRE Leia Obras sugeridas 1. A mulher de pés descalços, Scholastique Mukasonga. 2. Cartas ao meu vizinho palestino, Yossi Klein Hale...