Orientação gênero + Enunciado:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo da sua formação, redija um poema no estilo Slam sobre o tema “Povos Brasileiros”.
Estrutura textual:
Os slams têm origem na década de 1980 em Chicago com Marc Smith. São competições de poesia falada. Poetas slammers apresentam textos autorais sem acompanhamento musical ou adereços, sempre abordam temas com um teor crítico e engajado e interagem com o público por meio de performances como forma de expressão poética e de resistência.
- Sugestão para estruturar um poema no estila Slam
- Dê ao texto um título atrativo;
- Organize seu slam em versos e estrofes;
- Elabore um esquema de rimas (regulares ou ocasionais);
- Pense no ritmo que deseja imprimir ao slam (regular ou irregular);
- Empregue uma linguagem clara, coloquial, poética e inventiva;
- Use sua criatividade: você pode trabalhar metáforas, comparações, personificações e outras figuras para enriquecer seu poema.
Textos de apoio
TEXTO 1:
Ampara o desamparo
por Roberta Estrela D’Alva
[...]
Se tentarem te derrubar...
Num dêxa, num dêxa
Deixô deu cara no muro
E ginga e mexe os pauzinho
E dá os seus pulo
Se a chave num tá no chavêro
Arromba o portão
E serra as barras dessa cela
Feita de dor e de escuridão
No desamparo a amperagem da revolta
é mil volts
Temperatura do sangue bombando
é mil grau
E suportar a pressão
é trabalho de herói
Mas se “Zumbi Somos Nós”
não é mais pessoal
Que tal?
Sem saber se amanhã vai ter chão
pra pisar prosseguir caminhando
sempre em frente sem olhar pra trás.
Na fé que esse mundo vai ser justo e bom pra viver em paz,
sem sinhozinho, sem capataz
Sem pau, nem cachorro correndo atrás, geral na calada,
Sem tiro, sem mágoa, sem solidão
Pai desconhecido, escola vazia, sem choro nem vela ou caixão
Sem fome ou intriga da oposição.
Então
Falar é fácil, eu sei e isso não é
Sermão
Que a escolha é encolha
Se não tem
Opção
Que o caminho bifurca
E turva a
Visão
Mas quem guia tá no peito,
Se chama CORAÇÃO
[...]
Texto 2:
Mojubá
por Lobinho
Mojubá
Mojubá, que na língua Iorubá
Quer dizer respeito (2x)
Vieram no arquipélago de Açores
Camões nomeou "ilha dos amores"
Seu ipovo colhendo feito flores
Mudando o mundo e suas cores
Impuseram aos africanos a dor
Na sua fé cega fogueiras e ardor
Nos descendentes nasceu o clamor
"Homem branco... tenha mais amor!"
Se valeram de um ato ordinário
Nos fizeram peixe em aquário
Nadando contra um bravo rio
"Em noite triste a tremer de frio"
E condenam
A palavra reparação
Deixaram os negros
Sem preparação
Escravizados
Sem pátria e nação
É por isso que estamos em ação
[...]
Com nossos anseios desvairados
Se preferirem, inteiramente pirados
E se nos desafiarem, estaremos armados
De livros, palavras e nossa história
Conscientes dessa triste trajetória
Na cabeça, guardamos a memória
Da humilhação que acabou: vitória
Hoje buscamos devido respeito
Ainda existem chagas no peito
Mas nada que não tenha jeito
Não choramos mais a sós no leito
Sei que novamente irão julgar
Podem até chamar de "vulgar"
Mesmo assim vamos divulgar
Verdadeira liberdade promulgar
Defenderemos nossa crença
Sofreremos na vossa presença
Já tivemos tua vil sentença
"Xô" preconceito, sai doença
Iorubás,
Nagôs,
Jejês,
Makuas,
Monjolos,
Egbás,
Ijeás,
Óyó, Ewe...
Namastê.
Mojubá!
Referência:
SLAM POESIA DIGITAL. Poesias. Disponível em: https://slamdigital.com.br/poesia/ Acesso em: 28 de set. 2024.
200 palavras
Nenhum comentário:
Postar um comentário